Uma no Cravo e outra na Ferradura
Expressões idiomáticas como a que intitula esse artigo, são ditos populares que expressam situações fáceis de se entender e transmitir.
Ouvi muitas vezes essa expressão em minha infância para indicar que devemos sempre estar atentos quando recebemos uma boa nova para que, logo em seguida não tenhamos decepções com notícias não tão relevantes.
E a vida passa, os ciclos se alternam trazendo a baila lembranças de outros tempos que muito tem a ver com os momentos vividos no presente.
Nossa economia depois de sofrer uma série de reveses com planos “mirabolantes” econômicos, em dado momento encontrou uma luz no fundo do túnel com a estabilização financeira do país no final dos anos 90, mesmo que carente de ações em outras áreas da sociedade.
Na década seguinte vivemos um ciclo “diferente” do que estávamos acostumados, com a aplicação de políticas públicas atreladas ao consumismo que impactaram diretamente na economia do país.
Visualizava-se, então, uma era próspera em um futuro muito próximo.
UMA NO CRAVO E OUTRA NA FERRADURA……
A sucessão crescente de notícias aponta para cenários que se multiplicam e são cada vez mais diversos, criando uma vertente de que a mudança é a única constante, como já pregava Heráclito de Éfeso.
Das poucas certezas que o cenário atual oferece, uma delas é que teremos um processo lento e cauteloso de retomada da economia e do consumo e que não teremos, num horizonte de pelo menos uma década, nada parecido com o que vivemos no Brasil no período de 2004 a 2013. Não existem as condições estruturais necessárias para isso tanto interna como externamente, e muito menos uma força que nos conduza de forma homogênea a retomadas significativas de nossa economia; mas sempre haverá UMA NO CRAVO E OUTRA NA FERRADURA, e assim esperamos que os ciclos se alternem sempre em busca de melhorias que sejam constantes e duradouras.